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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Final de Ano Letivo - Um Recomeço

É paradoxal, mas um final de Ano Letivo é o ponto de partida para um recomeço. Isso porque, como professores, tomamos decisões importantes no que diz respeito ao futuro escolar de cada estudante que passa por nós. É claro que professor e aluno se encontram um razoável número de vezes por ano e, através desses contatos, geram um mútuo conhecimento pelo relacionamento por ora relativo: será que se conhecem - aluno e professor - o suficiente para determinar um ao outro o seu futuro?

Avaliar é tarefa nada fácil! Mas hoje, é ainda uma árdua tarefa para o professor. Algumas vezes me questiono e, o mesmo questionamento reverbera entre os corredores dos estabelecimentos de ensino: será que a avaliação é algo tão importante assim? Ao invés de elaborarmos provas, tarefas, instrumentos de análise, o professor não deveria "proferir" e "professar" mais, ao invés de procurar saber se o aluno está ou não aprendendo?

Alguém irá retrucar que estou fazendo a pregação do professor cansado, que quer tirar sua responsabilidade em meio ao fracasso de um aluno, ou ainda, não quer dar aula e ficar "mamando" no órgão mantenedor - ainda mais em se tratando de órgãos públicos. Confesso que corrigir provas é uma tarefa extenuante. Essa semana mesmo, com apenas 6 turmas, apliquei um instrumento de avaliação contendo 30 questões cada, considerando que era o número mais adequado de exercícios para observar o "rendimento" dos alunos: considerando que cada turma possui 25 alunos e, que cada um recebeu 30 questões, corrigi nada mais, nada menos que 4500 sentenças em questão de 3 dias. Isso em uma avaliação! Se, por ventura, considerarmos que ao ano aplicamos - no mínimo - 9 instrumentos de avaliação, serão 40.500 questões para serem apreciadas. Isso para conferirmos aos nossos alunos os níveis de aptidão que "representam" ter, pois sabemos pela filosofia futebolística, "Jogo é jogo! Treino é treino!".

As melhores notas não serão necessariamente dos melhores cidadãos. Não são números frios os determinantes de cada aluno e aluna. A própria sociedade os elegerão e selecionarão para seus postos, além de oferecerem, ou não, as oportunidades de acordo com a hora, o lugar e a pessoa demandada. Sim! Não é o professor que dirige a vida do aluno. Ele o deve aconselhar.

Para isso, as escolas devem rever os seus currículos e, neste momento, sim, avaliar os conteúdos que irão gerar cidadãos críticos e capazes de guiar a si e a sociedade: noções de direito, noções de filosofia libertadora, noções de administração social, enfim, o mundo precisa compreender que necessita resgatar a sua razão e valorizar suas noções. Um cidadão sem critérios irá se ancorar em argumentos evasivos no mister de defender seus interesses e os de seus próximos!

Razão! Emoção! São inteligências que não combinam com o instinto cru que provém da Lei de Gérson.

Avaliem-se: questão número 1 - Quem somos? questão número 2 - O que fazemos? questão número 3 - Para onde vamos?...

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