Buscando no mundo...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Analisando clipes - Elephant Gun

Talvez o ouvinte não se dê conta, mas uma mensagem interessante pulsa de forma subliminar nas entrelinhas (nas entrepausas, entrenotas, entretempos, enfim...) da canção Elephant Gun, de Ryan e Zach Condon.

Analisemos a letra, visualizemos o clipe, ouçamos a música e decifremos a mensagem para o nosso próprio âmago. Ah! Who is the "big King"? Where is it?

A letra é a seguinte:

If I was young, I'd flee this town
I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight

Far from home, elephant gun
Let's take them down one by one
We'll lay it down, it's not been found, it's not around

Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down

Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down

And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the night

And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the silence, all that is left is all
That I hide

Assistam e respondam-me depois, por favor...

http://www.youtube.com/watch?v=N-mqhkuOF7s

INCLUSÃO ≠ INTEGRAÇÃO

Colocar uma colher de azeite em um copo de água é incluir azeite à água. Nem que se aqueça o conteúdo desse vasilhame, na intenção de dissolvê-los, não obteremos o resultado desejado. Por mais que se tente misturá-los através de vários processos físicos e mecânicos, não haverá homogeneização deles entre si. No entanto, sabemos que o azeite faz bem à saúde, ainda mais se for de origem orgânica e voltado para o consumo, isto é, possível de se transformar e ser absorvido pelo organismo. Fora isso, é ainda mais valioso que a água em termos econômicos. Incluir é uma tarefa laboriosa e, talvez, impossível de ser realizada se tratarmos de estruturas e naturezas heterogêneas e singulares, ainda que sejam líquidas.
Na educação, as políticas atuais de inclusão – observação partilhada com vários teóricos do meio em diversas fontes midiáticas – proporcionaram verdadeiras truculências com direitos individuais de muitos dos estudantes ditos “especiais”; porque se vivemos num estado “democrático de direito”, o sentido de igualdade fica à mercê da máxima dos tempos modernos da política: uns são mais iguais que outros. Se existem “especiais” é porque outros não o são. No entanto, se são “diferentes”, por que não se pode associá-los instantaneamente às demais classes “normais” da educação básica?
Talvez fôra esse indício paradoxal, no tema que leva em consideração bases políticas elementares e a ética educacional, que motivou a criação de um estratagema de conciliação entre os iguais/diferentes e os diferentes/iguais: a conciliação morou no verbo “incluir”. Incluir, que em sua raiz verbal demonstra uma descompromissada atitude de despejar num mesmo antro, elementos possíveis ou não de associação – sem considerar temporalidade, natureza e efeitos adversos – como se fossem os nossos alunos, meros componentes químicos manipulados num tubo de ensaio chamado escola. O ato de incluir pressupõe que elementos distintos estavam afastados, alheios uns dos outros, em lugares – ou recipientes – diferentes. A rigor, a escola não deve servir de tubo de ensaio para facilitar as manobras econômicas e otimizações protocolares de cunho meramente administrativo, somente porque é economicamente inviável atender uma minoria. O simples fato de se tornar oneroso dispor de agentes educacionais preparados para uma missão que não traz vantagens políticas para o estado, isso porque muitos alunos são incapazes de poder manifestar sua opinião e discuti-la no modelo formal instituído, acarreta desinteresse das classes dominantes para atender demandas laborais tão especiais e dispendiosas. A escola deve ser o centro de experienciação para a vida cidadã, cujo enfoque fica na democratização do conhecimento e dos meios de desenvolvimento do ser humano, tanto em sua natureza individual quanto coletiva: isso abre um leque de possibilidades multidisciplinares que deverão ser atendidas, pois as prerrogativas do professor são a de ser ético com o compromisso de educar, e isso demanda entender as possibilidades e potencialidades dos alunos, no coletivo, bem como de si próprio.
Para que esse ato – que transcende o conhecimento para sabedoria – possa tornar-se constituído no meio educacional/escolar, não poder-se-ia aceitar de forma alguma o conceito de “aluno especial”, “aluno com necessidades especiais”, “aluno com déficit educacional”, etc. Tal movimento agride o senso de democracia/igualitária, ou igualdade/democrática. Pois o paradoxo é reacendido e torna a implicar em discussão, como se a Sina de Sísifo o fosse.
A sugestão proposta é radicada no termo que deve ser primo da “inclusão”: a integração. Através de agentes catalisadores, capacitados para entender as propostas e lógicas de diversas demandas educacionais e culturais, voltados para conectar as diferenças entre os elementos e reforçar as ligações sociais de alunos em/com suas dificuldades, independentes se “mais especiais” ou “menos especiais”, são elementos substanciais do termo “integração”. Uma vez que o verbo “integrar” cria a necessidade de conjugar diferenças sem as aborrecer, implantar soluções com um questionamento minimizado, desobstruir os meios de informação entre as distâncias do “normal” e o “especial”, focaliza nem um nem outro, mas sim, o respeito pelo e entre os dois, fazendo-os entendidos como adjetivos de cada um de nossos discentes, sem distinção.
Talvez tenha sido essa qualidade verbal maquiada para o entendimento de “inclusão”. Sendo assim, a política que está em vigor está sendo desenvolvida perfeitamente. No entanto, se nós, como docentes responsáveis pela qualificação e formação educacional de gerações vindouras, nos confundirmos com os termos e continuar a defender o “inclusionismo/inclusivismo” – gerador perceptível de “exclusionismo” e impessoalidade, construiremos sem perceber, obstáculos perpétuos para a principal ação educadora de um professor, a de integrar e buscar a integridade de seus educandos através de seus próprios conhecimentos e potencialidades coletivas e individuais.

Digitando sem Teclado: possibilidades do Dasher – reflexões

Ao lerem este ensaio visualizarão um conjunto de símbolos e espaços combinados de forma a buscarem transmitir meus pensamentos, minhas idéias e, talvez, minhas emoções, caso seja possível. No decorrer da leitura, poderá um curioso leitor buscar investigar o porquê da utilização de determinados vocábulos, negando a utilização de outros – talvez mais precisos, talvez menos pomposos – e até, negando utilizá-los. Caso chegue a este estágio de reflexão, talvez imaginará também como o escritor manifestou sua expressão: se por uma antiga máquina de escrever, um tipógrafo, um “recorte e cole”, uma simples caneta em um pedaço de guardanapo, lápis em papel, etc, tudo no intuito de querer manifestar e “eternizar” seus pensamentos para compartilhá-los aos seus leitores.
Estamos em 2009. Terríveis discrepâncias sociais assolam povos menos abastados e deterioram o âmago cultural do Velho Mundo, através de uma corrida desenfreada de aceleração e acumulação econômica. Nessa busca de ir cada vez mais rápido ao recurso, encontrando limitações físicas de drástica reação ao próprio corpo humano, buscou-se no incentivo à tecnologia da informação um meio capaz de suprir as demandas físicas e, por meio digital, implantar uma cultura de comunicação ao qual se questiona ainda se o homem é um ser capaz de se comunicar tanto. “Cogito, ergo sum” refletiu René Descartes num longínquo século XVII. Talvez hoje precisasse algo como “Penso, logo, preciso dizer a alguém!!!”.
Nessa turbulenta – e violenta – sociedade de informação, em que estando a informação a disposição de todos, o dificultoso é filtrá-la, um dos maiores pontos positivos é poder democratizá-la, disponibilizá-la a todos, sem exceção: às classes sociais, às etnias, às PNEEs e às P”sem tantas”NEEs. Pelo fato de o próprio homem conceber que possui diferenças e a elas trata com repulsa (paradoxo autodiscriminação), se o fizer de modo positivo, encontrará tesouros impressionantes no simples fato de refletir sua linguagem e a encontrar na voz, no olhar e, quem sabe, no pensamento de um “semelhante”.
Ao utilizar o Dasher, uma impressionante interface de comunicação facilitadora nos processos de codificação do pensamento, deparei-me, guardadas às proporções, com a dificuldade que uma pessoa enfrentaria ao ter que digitar nos nossos “milhos esparramados” em nossa mesa, tendo reduzidas as suas capacidades de motricidade. Ao perceber que pessoas nunca poderão se expressar por um teclado convencional, como o que utilizei para redigir este texto, entendi como o homem é inteligente quando quer sê-lo e pensá-lo: o limite não está só nisso também, mas surgiu depois de Descartes a necessidade de transmiti-lo. Assim sendo, para democratizar-se os espaços e ouvir o que as PNEEs tem a transmitir, devemos nos esforçar, ao menos um pouco, para entender que, mesmo que estejamos utilizando a expressão “dEficiente”, até o simples “d” minúsculo é difícil de um “Eficiente” encontrar no Dasher, movendo somente o mouse.
Viva a democratização da manifestação do pensamento! Viva a eternização do conhecimento através da TIA (tecnologia de informação acessível)! Falta somente acessar (aproximar) as grandes massas demandantes os recursos que suprem suas necessidades, de modo a proporcionar igualdade nas condições de acesso ao conhecimento. Incluindo-se também o Dasher!

Um Código para a Vida

Ao acompanhar sua mãe em uma visita à casa de sua tia, a pequenina menina se depara com um lindo e diversificado expositor de peças de antiquário, já da família a algumas gerações. Como que instantaneamente, a criança direciona suas mãos para os bibelôs e toma-os para manuseá-los. Num mesmo súbito, a mãe, temerosa pela segurança do objeto, a toma das mãos da criança e repreende-a severamente, incutindo um teor de culpabilidade à menina. Moral da história: a menina teve sua visão extirpada pela mãe. Isso mesmo, a visão!
Parece demasiada dramática minha colocação. Parece um absurdo epistemológico. Concordo que para os padrões de um vidente, (utilizador de olhos, e não necessariamente de janelas para a alma) a criança naquela situação representava um grande risco para algo que realmente tem um valor histórico e afetivo bastante expressivo. Mas ninguém tira de meu entendimento que o ato da mãe cegou a criança. Abordemos a história de Hellen Keller: talvez uma figura tão brilhante e de espírito tão evoluído quanto Madre Tereza de Calcutá, Indira Gandhi e Lady Di. Via e, não bastava tamanho obstáculo físico/fisiológico, escutava com as mãos.
Um músico entende o que é ouvir com as mãos. No entanto, o músico tem alguém para ensiná-lo em tal habilidade; um músico percebe as vibrações e pode repercuti-las em seus instrumentos. Mas e quando o instrumento é a voz humana? Há como? Somente um milagre como o de Anne Sullivan Mace. E quanto ao enxergar? As mãos são ferramentas tão especiais, que o único sentido que parecem não desenvolver é o olfato e paladar (ainda!).
Sim, uma mãe pode cegar sua filha por falta de modos, por não saber abordar uma maneira “pedagógica” de fazer sua menina tatear os objetos e guardar as suas formas em sua memória. Por acaso as mães sabem se seus filhos podem ou não vir a tornarem-se cegos ou surdos? Sabem as mães (e os pais também, é óbvio) o quanto uma criança aprende em querer “enxergar com os olhos” os enfeites da titia? Pergunto-me como Hellen utilizaria o computador, ou qual interface seria necessária para assistir tamanha dificuldade?
Eu consegui digitar com o dasher; Hellen talvez não o conseguisse utilizar (creio eu, na minha ainda inexperiente forma de perceber milagres). Consegui – com muita dificuldade – escrever o texto no DOSVOX; Hellen poderia escrevê-lo, mas possivelmente não o ouviria, pois o computador ainda não tem uma garganta para que ela pudesse – se viva fosse – tocar com seus dedos para ouvir os timbres, como que fazia com sua protetora e educadora. Mas precisamos nos comunicar. Precisamos de códigos. Hellen queria descobrir códigos e os teve.
As tecnologias assistivas estão cada vez mais próximas das necessidades reais de codificação para a comunicação. No entanto, quando vemos a garra de Hellen Keller, não há tecnologia que se equivalha ao impulso humano de querer ter dignidade.
Não ceguemos nossas crianças. Elas poderão precisar desses estímulos mais tarde. Deixemo-nas brincar com os bibelôs. Afinal, não retratam toda a realidade, mas uma parte minúscula e necessária para a nossa própria compreensão.

APRESENTAÇÃO

Bem pessoal!

Observando que podemos ter algo para contribuir com a humanidade, especialmente àqueles que nos cercam, creio que é importante colocar a disposição aquilo que vem ajudado a nos formar como cidadãos e como profissionais. Pois, sendo assim, devido a poder ter várias experiências de mundo em várias coisas que o próprio mundo nos disponibiliza, quero em doses homeopáticas oferecer o conhecimento que estamos colecionando ao longo de nossas observações de mundo. E nada como, através dessa ferramenta fantástica que nos aproxima tão rápido quanto a conexão nos permite, midiatizar de modo prático a nossa intenção: COMPREENDER MUNDOS!

Até mais!!!